domingo, 19 de dezembro de 2010

A Prostituta e o Entregador de Jornais..

Quatro e quarenta de uma manhãdrugada do ultimo mês do ano vejo que ainda se revela o amor em suas invariadas formas, não à minha pessoa diretamente, o amor nunca se revelou verdadeiramente acredito, se sim nunca soube o que fazer com ele, mas indiretamente em um flash íntimo de uma cena intimamente-tipicamente-surrealmente urbana..

O caso de amor de um entregador de jornais e de uma prostituta, que entre os dez ou doze passos que levei para por eles passar tive a felicidade de perceber, em seus olhos, o brilho e disposição anímica que o amor invariavelmente nos dá, e tira, e que oferece ao corpo, e a alma de; cachorros, gatos, galinhas, ratos, políticos, policiais, brancos, negros, vermelhos, azuis ou amarelos.. prostitutas e entregadores de jornais..

Salta o ele da motocicleta, entre o largo sorriso negro, seu capacete e cacete, estava o vácuo espaço tempo e sua prostitutamante igualmente sorridente e negra, a lua alto no céu os refletia, e entre os dois passava o tão sómente(?), tão somente, o tão que só mente eu, tentando por desapercebido (distraídos venceremos), mas sobretudo bêbado trôpego, um pouco sôfrego, em direção a próxima e ultima? cerveja que finalmente me derrotaria e me transportaria num carro de glórias ao meu desgastado lençol e dalí aos braços de morpheus, ou qualquer deus que quisesse me levar.

Não podendo suportar a dor regojizante ao passar por aquele campo eletroestático de amor verdadeiro, me viro na tentativa vazia de entender o que os movia o que acontecia ali e eu que nunca entendi o amor, isso sim posso afirmar, reafirmar e reconhecer firma em cartório.. nada entendi da cena muito clara daqueles dois indivíduos de pele escuras, o amor é jogo entre claros e escuros; excluídos que para existirem e assim cogitar coagirem, tem que cada um a sua maneira e armas, sobreviver em meio ao jogo sujo da cidade imunda nesta sociedade apodrecida de dentro pra fora e de fora pra dentro..tentavam ainda e sempre encontrar tempo para dedicarem-se as suas paixões e não tão somente ao patrão-cafetão neste sistema hierárquico aristocrático católico desta coloniazinha de exploração que fomos e somos..

Segui perdido e agradecido de ter passado alí de ter já alguma vez sentido sensação semelhante, de haver vivido o amor de alguma forma e pensando no que seria a vida deles do que faria com a minha própria, do que se trata a nossa afinal, de onde viemos, para onde vamos, ou se sequer estaremos vivos para encontrar o amor em qualquer uma de suas formas a qualquer das muitas horas, na esquina de uma rua qualquer..

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Um dos inventores dos blogues disseca neste livro tudo, o pouco que se tem, dito e pesquisado a respeito deste fenômeno nem tão novo, dezesseis aninhos agora, que veio a se tornar uma das pontes imediatas e imediáticas(?) entre futuros autores e seu público, que agora e a partir da grande disponibilidade de pc´s, conseguem atingir diretamente os leitores sem sair da estante e sem ser comprado ou roubado, roubei muitos livros nessa minha vida e não me arrependo de nenhum..aliás só roubava coisa boa! Comprei pouca coisa, filho de livreiro que fui, comecei a ler e a roubar livros cedo e dentro de casa!
Obrigado Papai do céu e da terra..

Hoje não tem mais valia, menos valia, roubar livros, é só acessar um computador que nem precisa ser meu, mas também não precisa ser robado, e pimba!
Lá estão um monte de informações que não me interessam sufocando as que interessam, acho tudo feio sem classe ou estilo, um amontoado irritante de informações que cansam e confundem..sacudo, sopro e voilá..nada ainda, tenho que errar mil vezes entrar em um milhão de roubadas, uma vez ladrão..e no fim ler um textozinho com um sem número de luzes ,links e letrinhas pululando ao meu redor, argh, vontade de vomitar e não de ler..

FranGamente não sou um entusiasta da cultura digital, como podem ver-ler em meu blog.. vejo e entendo seus méritos, entretanto detesto a claridade da tela e o sem número de informações que nos assolam inadivertidamente, além do que se ganha a sensação de uma espécie, nada em extinção, de um tipo de cultura pulverizada, onde tudo são todos e nínguém é coisa alguma..

Se escreve pras paredes, mais como um exercício de descarrego, ou levantamento de falso ego, do que algo de cunho literário, não se publicam mais livros de poesia, por exemplo, até mesmo porque todos  parecem estar satisfeitos e afeitos a tais formatos, gratos e ansiosos por mais um seguidor ou um simples CUrti, de cu é..enfim, me sinto obrigatoriamente sufocado por toda essa tecnoverborragia e amo cada vez mais meu moleskine, que sempre anda comigo, esse sim fiel amigo..

Go, to hell, Blogs..!!!