quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Nano Conto_Nono Canto

Canto o desencanto desencano do desencontro outro ponto perco ponto por nunca estar pronto, não por vírgula, decerto erro os acentos em cem por cento todavia havia entretanto e contudo de acertar ao final ao menos o ponto
final.

sábado, 20 de setembro de 2014

Desaforismos_

O Fidel eu castro

Pelo Lula meu voto
se anula

(Be Bop-A-Lula)

A Dilma não
dá rima

Marina
me desanima

Aécio cheira muito
mal...

Anarcronismos

Mato Mao

Stalin
eu estralo

Trucido
Trotsky

Acordo de ressaca
com Malatesta!

Ao bacanal
vou com
Bakunin

Kropotkin
no butequim!

Perco a prudência
com Proudhon

& com Marx,

a paciência!

SODOMA & GO! MORRA_


Não é prudente
ser algo, no verão
Contraproducente
no inverno
ascendente do inferno!
Na primavera
quem me dera!
No outono
Nem sei
s´eu
morro_

Une Violence_à amiga Mlle. Dupic_

Elle est parti
ma chère amie

(ma má petite soeur
deixou-me só)

on dissant

qui reviendrait

tu sais qui ça
(tossi quiçá)

on sait
jamais...

Le poéte assassiné_Apologie à Apollinaire le pauvre millionaire!?

Aucun mot
nouveau

au cu
un mot...

nouvelle et vague
eau de nouveau

NOVA|NOYAU

un mot
qui nage!

mais finalement
le final ment...

Et le poéme
il y a
quelle
age?

Vegetal Animismo_À Coetzee!

Os animais
nos fascinam
demais

Mas a más
a mais

facínoras
que 'somos'

os 'comemos'

sem mais
nem menos

Assomemos!

Não por medo
ao absoluto

Sê o rei
do reino animal

Sê resoluto_

Não transforme
o animal

em só mais um
produto!

Mentira apriorística Ou Urdidura de enredo.

À Kant!

A verdade
é verde

a mentira
madura

jáahistória

ficção pura_

SACANISMO_

NADA COMO UM DIA.BO
APÓS OUTRO DIA.BO!?

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Um defunto deveras tatuado_



“Sou um reincidente nesses assuntos de morte.”
Guaraci Nanferdes Merlhieg



Dei entrada pela saída do I.M.L - Instituto Médiun Letal-, uma vez que como já disse alguma vez; de legal nada tem...nada tenho...nada temo...por volta dumas dez voltas no relógio de 110 voltz_

Ficara pairando parado sobre meu corpo, objeto-abjeto roxo e xoxo, como um flanelinha entre seus carros, um eletricista entre seus cabos, pensando nos meus casos, nos meus acasos, nos ocasos, nos amigos de nome Olavo, nas pias que não lavo, pisando sobre meus cascos, recolhendo meus cacos...

Entrei defunto definido na forma definitiva de fluída fumaça pelo cano de gás do necrotério, afinal do começo ao final; a vida é mistério, e a morte cemi(s)tério.

- Plantei semente de gente, nasceu pé de esqueleto-

Quando chegay...meu corpo já jazia estável estátua na temperatura e altura certa e correlata sobre a maca de lata, acrescido da macacada reunida duns uns tantos -os outros- difamados diáfanos defumados apresentáveis apresuntados; confortavelmente ao meu redor instalados...todos tacitamente aguardando vaga na companheira geladeira –talvez não por coincidência, quando criança entrava com reincidência, por calor não por vingança, nestes freezers horizontais – aprendi ali a aliviar meus aís...

Nasci ‘Natalício’, meu pai pulou dum precipício minha mãe morreu em exício, nasci numa meia noite e meia à meia luz num hospital meia boca em frente a uma boca de fumo, em Natal.

Morro sem saída sem saúde sem socorro ou guarida numa guarita na pequena ‘cidade’ de Boa Morte... lembrar nunca é demais, fica no interior de minas gerais...com sorte meu corpo será comido por um corvo e não violado por algum violeiro, bicha ou maconheiro na porta dum puteiro no final d´algum janeiro ou começo d´um fevereiro...nem roubado...oxalá que muito menos velado...quisera eu morrer pelado!, ser enterrado de cabeça pra baixo, nem de bruço, nem de lado.

O legista, médico legal, estava estático estando quase estamental, num estranho estado mental, bem como se sabe ser a antera parte superior do estame, pois tendo trabalhado por três turnos: noturno, diurno e soturno tinha sua concentração difusa confusa com foco na racha da enfermeira Natacha, da cruz vermelha que estava naquela noite de calcinha vermelha...pensava também nos anéis de saturno...


Sei que, além de que; nada sei, que queijo que se valha que se vaca, pra findar curado tem que ser todos os dias virado, coberto com um pano, bem como um defunto decente deve de ser –

!Pare de ler agora!, e pense, só pense, naquelas tristíssimas histórias de cadáveres_


§cada um dos seres é cada ao veres§


_em que se descobrem tardiamente vivos, qual que se desdobram em sinos, se desbotam em hinos , renascem lindos livros livres e morrem asfixiados dentro de seus ataúdes alaúdes, que nem um só deus nem todos demônios os acudem, que nenhum homem os acusem; amiúde bibliotecas.

Inda bem índia que seus cabelos negros, inda bem que escrevo em segredo, que escrevo em degredo e em desgravo. Que escrevo morto, que escrevo torto, pois ao contrário pensariam o contrário e pagariam-me por louco, por pouco...pro porco nem tudo é festa, escreva escreva escreva escreva escreva escreva escreva escreva escreva escreva escreva escreva escreva ex-creva até que lhe sangre a testa; e escrever é tudo que me resta...


Não morro junto ao meu corpo –coRpy right coRpy left- CORPOration, vivo sem direito dinheiro autoral, a mal da mentira, não morri, escapuli da vida e daquele escapulário que a maldita caridosa senhorinha senil selou sobre meu peito insurrecto.


Pelo que daqui vejo dali não ascendi ao paraíso, não descendi ao inferno, não deixei descendência.

Sobrenome: decadência, desgraça ou descrença.

Ao ponto de o de(us)mônio meu senhor amado; e homônimo, haver declarado não querer saber de concorrência pro seu lado!

Dois sorridentes residentes, que residem na cidade ao largo, afiaram seus tridentes, despiram-me de costas pra frente, lavaram meu corpo presente...noite nadava em nada de só frios e calafrios...

Vou lhes fazer um desafio! Teça uma peruca, como nunca, com os cabelos que vão do vão de minha nuca aos pés de meus pentelhos da cabeça, agora olhe-se no espelho, arranque toda sua carne num só arranque, vista as roupas de um outro morto ianque e saia no carnaval, no canavial ou no cabo canaveral –cabo cadaveiral- Não não me leve a mal; vestido de exoesqueleto, todo de preto, só com o branco dos ossos, só o que sobrou; só destroços...o obscuro Álvaro pintava o pulmão e o cabelo de preto, neste pum ema em prozac tudo é negro, das letras com que o componho...nortista autista artista anarquista sul realista...às roupas que ponho...


Fiz as contas e descobri que debaixo da terra a terra é mais leve, e o tempo tem tanto tempo, tem tanto pó, o tem pó, que chego a reparar que o tempo não vá mais parar...é tempo tanto que o tempo tem que o pó do tempo tem também. Pó demos escrever, ler e ver o pau comer.

Vou aproveitar a morte para ler tudo o que não consegui, tudo que me é consanguíneo...
Afinal, ao final, cemitérios são lugares muito sérios, prefiro ser cremado ou fumado...

Juntaram as pontas do lençol, entupiram-me de formol enfiaram-me na geladeira derradeira e observaram obsedaram nas observações: Um defunto deveras tatuado...