sexta-feira, 24 de maio de 2013

Agente Duplo..à um mendigo qualquer..

São duas vidas;
São dúzias de vidas;
São duas dúzias de vidas;

As que vivo pra fora,

A que..morto por dentro.

São ou não São?!
Eis a questão..*

*(Chora
Chakespeare!?)

Político.
Polido.
Hipócrita.
Corrompido.

Afora.

Poeta.
Asceta.
À séculos.

Adentro.

Pessoas falam falam falam falam falam falam falam falam falam falam falam falam falam falam..

Falo é o meu pinto!

Falo sobre o que penso.
Escrevo sobre o que sinto.

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Modo Avestruz.

Credo em Cruz

Às vezes
Penso

Que joguei
Cruzes

Na Cruz

O Picadeiro do Poeta!

A vida toooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooda
Um poema
que não vale
a pena-

Contenda
que não vale
a prenda-

Pena de galinha
Pena de morte

Com sorte

Alguém o lerá
(Para seu próprio infortúnio e azar)

Se em assim sendo
Quiça;

De tí

-Poeta Palhaço-

Ao menos

Algum credor
Se lembrará!?

Hemorragia Externa! *

*À uma huma-nidade..sem futuro desde o tempo da caverna..

Acordei Suando Sangue

Coração inchado
Espírito linchado

Moral afogada no mangue

"Doente de chagas plebéias"

Sangue ruim
Vermelho escuro
Artificial

-cor de tang-

Minh`alma/Miríade/Miasma

A`lma buraco negro
Linfático
De fato

Se é que existe
-desiste-

Vazia como o corpo dum fantasma

Matéria Escura
Errática
Impura

Perdida em massa cinzenta

Fétida
Pútrida
Bolorenta

Eterno Etéreo
Materno Desatino

Ebúrneo desafio
Deslize do destino

Faça Calor
Ou
Faça Frio

Comprime/Reprime

Me arrebenta
-&Se exprime

Pulsa/Repulsa
Me enlouquece
Me expulsa

Razão
Matéria Inpune

Como casa humilde
Feita de tapume

Que o sopro dum anão asmático

Destroi Destrona
-D-e-s-u-n-e-

Nos nossos ossos
Se esconde

..Quando quanto

mais se dela precisa
mais como a lua vaga

distraída..

Nunca se sabe
Pronde
Donde

Douda

Sequer se virá

Bem me quer
Mal me quero

Assim espero
Assim sincero

Verdadeiro
Vil
Violento

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Cadáver Esquisito!..À Rimbaud..

Sinto-me
Mal/Feio
Desfeito

Sem freio
Sem requisito

Esquivo
Furtivo

Suspirando
Arquejando
Arquivando
O Grito

&
Almejando
O fim
Do
Infinito!

Besta Burra
Barco Bêbado

Puta Suja

Fio do fio
Sem meada

Que perdeu
O rumo

Que atolou
na estrada

Estranho
Estanque
Estando

Se a vida é
Só um teste

..1, 2, 3, testando!?

Filho do Filho

De
Uma
Égua

Que
Pariu
Um
Cabrito!

quinta-feira, 2 de maio de 2013

A FADA DOS DENTES!?



O que vou contar a você meu leitor, seja você quem ou quantos for ou forem, esteja ou esteje, o que é errado dizer e escrever sobremaneira; onde estiverem..é o que meu avô, um homem de noventa e poucos anos na ocasião, me contou como sendo a pura verdade, eu por puro, tomei se não como tal, como sendo ao menos uma estranha história..

Assim o foi, assim o fiz e aqui estou para lhes narrar um ocorrido contado na época da infância deste meu único, "último" avô.

Pois ia o eu que agora sou, por um atalho que desviava uns bons metros do caminho de volta, ou ida, mas me ocorreu na volta, não me perguntem o porque, junto ou separado?, se é que à alguém ocorreu de me perguntar, em direção de uma simpática e seca cachoeira, a uns poucos quilômetros da casa de meu ancestral. Atalho este no qual avistei, ainda que por entre o mato que ia alto, uma carcaça do que fora um belo casarão do começo do século passado, penetrada pelo musgo, destelhada- desdentada, deflorada pelo tempo como toda casa antiga e abandonada deve merecer ser, e via de regra infelizmente o é.. Ocorre que este eu que imprime estas palavras, que as aspira por entre os dentes, por um sem; cem números, de motivos, nenhum deles explicáveis, sempre nutriu um amor estranho por casas antigas, abandonadas em especial..uma espécie de bucolismo de um passado que não viveu, um leit motiv, anacrônico-atemporal..e com esta não estava sendo diferente.

Depois de bem revisitada, devidamente admirada e fotografada a casa e o imóvel como um todo.. -uma vez que imóveis não se movem- ..quem teve que dali se mover fora este seu narrador em primeira, segunda ou terceira pessoa(s), e continuar seguindo a trilha de seu percurso deixada na ida..

Entretanto, já ali, algo deveras intrigante ocorrera!

Apercebi-me, no que houvera sido a copa da casa; o único banheiro jazia ao lado e sem pia, à moda dos franceses..de que a pia, que de fora se quedava, era encimada por uma fileira de azulejos que iam só até certa altura da parede, não por toda ela, à moda dos pobres..de que nos tais azulejos haviam alguns decalques, como aqueles que vinham nos antigos chicletes: desenhos pela metade que dali não saíram e que já não diziam mais coisa alguma.

Entretanto UM deles, do qual tenho fotos minuciosas, -e se este não fosse um conto daqueles onde só é permitido o ingresso de letras..as mostraria regojizante!- era de uma estirpe absolutamente diferente, não só em matéria de matéria, mas sobretudo no tocante ao desenho em sí..dó ré mi fá sol lá..”si”..é que era um desenho, era por certo; e ao menos, musicalmente indecifrável como uma nênia em grego!!!

Por durante uma boa meia hora o porra do desenho,sua imagem, seu som e seu cheiro.. me quebraram a cabeça e o que restou dentro dela, na tentativa vã..nada sã..de decifrá-lo!?

Sou um tipo enigmático, que odeia enigmas!

Vou tentar descrevê-lo, e aí vocês que se virem: O contorno era o de algo que parecia a silhueta de uma mulher num vestido preto, o ‘coiso’ era mono cor..lembrando um manequim..com um tipo de corda que saia do meio dela e se prendia a algo, este sim era verdadeiramente disforme, mas não maior que a silhueta que dele se desprendia..

Enfim, foi a imagem que captei, que a mim mesmo em um primeiro momento pareceu desprovida de qualquer sentido. Portanto não se aflija se também ainda nada houver compreendido patavinas, pois esta é daquelas histórias em que o entender ou o acreditar, são meros panos de fundo e que como as mortalhas, com o tempo, mais escurecem que clareiam..O tal desenho; para aumentar sua estranheza e desconexão com qualquer um dos outros mundanos decalques de chiclete que ali se ‘apregoavam‘, era de uma textura tal qual houvesse sido queimado no próprio azulejo, nunca como se houvesse tão somente sido pregado, colado ou afixado por qualquer outro meio.

Era uma fenda queimada, fundida, esculpida, tatuada no coração da peça cerâmica!.

Segui de volta a casa deste meu avô, montado faltou me dizer, no lombo de uma bicicleta.

Ao por lá desapear, ainda bastante excitado com o passeio, com a cachoeira nem tão seca quanto imaginei..

-que em seu caminho abriga também uma linda, gigante, frondosa e assombrosa árvore, que outras vezes me albergara por algumas horas em seus braços e pernas, à ler o amado dos Anjos; Augusto!-

Contei de pronto ao avô a respeito da tal casa!, em verdade perguntei a respeito da tal casa!; o avô depois de me devolver algumas perguntas pontuais a cerca da localização mais específica do casarão, sentou-se ainda mais sem forças do que o normal, já com a face embargada, a garganta enózada.. Me contou exatamente o que vim aqui; neste, lhes contar, o que até aqui, até agora, ainda se fez não mais, que um ensejo..que é a origem deste conto e o começo de algum sentido para aquele estranho desenho impresso na lousa da pia, da copa da casa!



A BALADA DO DENTISTA



No começo de um século depois daquele, em que o próprio casarão centenário fora construído, e do moinho por ele circundado, errguido, quase que imediatamente depois da mudança da família do Barão, proprietário do casarão, que ocorreu o ocorrido..portanto breve, triste história e família ali, bem ou mal, constituíra-se..

O tal barão tinha se mudado, pois sua amada esposa falecera vítima do mal do século, em distantes terras por ele cultivadas bem no interior da região. Agora velho e cansado decidira-se por morar mais próximo da cidade.

Sua família reduzira-se à sua única filha, moça de vinte e poucos, nem feia nem bonita, entretanto dotada de uma sensualidade e inteligência que cativaria o mais burro dos homens, ou cegaria o mais vidente..como os homens são burros em matéria de inteligência e cegos frente as imposições da sensualidade..


Em famílias pequenas grandes são os laços emocionais..somado a falta da mulher, o barão passara a sentir-se atavicamente atrelado a sua queridíssima filha, que órfã de mãe, redobrava os carinhos às barbas do velho..assim, como num conto de fadas, seguiram-se os anos após a prematura e inesperada morte da matriarca..

Talvez a maioria de vocês não se lembrem, confesso que precisei da precisão de meu avô para lembra-me, de que nos séculos passados os profissionais liberais eram verdadeiros ambulantes; e de vendedores de maças à dentistas, perambulavam pelas cidades, arraiais e municípios, os mais diversos tipos de profissionais, oferecendo seus produtos e serviços..

Foi em uma dessas ocasiões por bem; a princípio tida, que surgiram num belo dia, em frente ao pórtico do casarão: um burro, um cachorro e um homem! que se apresentava como dentista..que por coincidência, ou não, se fizera extrema e pontualmente necessário, uma vez que a jovem e o velho precisavam cada qual à sua urgência, de algum tipo de cuidado naquela região em que os dentes ficam dependurados..

Após feitas as negociações de cunho monetário, estudados os casos clínicos, o Dr. fora Instalado em um casebre nos fundos da propriedade para descansar da extenuante viagem para assim poder começar, já na manhã seguinte, os trabalhos.. Que pelos seus cálculos levariam em torno de umas três ou quatro semanas entre anestesias e recuperações, extrações e perfurações, a serem definitivamente concluídos. Uma vez que o mesmo dali seguiria rumo a capital para implementar seus estudos, talvez estabelecer-se, sendo então impossível seu retorno, deveria o trabalho ser feito de uma só empreitada!

Na manhã seguinte após o leite da vaca espremerem, os pães dos fornos retirarem, as manteigas das garrafas rolarem e os queijos encharcados ainda pelo soro fresco serem partidos; dentes escovados, foram ao trabalho o um e à faca os outros!

Seguiram assim por dias, alternando efeitos sedativos, descansos, sangue e dor..

Ocorre que do contato diário e no percurso de pouca mais de uma semana a filha percebeu entre uma agulhada e outra que algo perfurara seu coração..e esse algo não era a agulha do doutor..mas a flecha certeira do amor!, que por uma dessas casualidades que só o destino explica, também sentira tal pontada!

Depois de cuspido algum sangue, antes de o barão assumir a posição adequada, quatro olhos se cruzaram (nota: ninguém nesta história usa óculo) de um canto ao outro da sala, num balé que só a dor de um dente poderia ser mais forte ou pungente!

Aquela noite não fora a mesma para nenhum dos dois -nunca mais para eles-.

Passados alguns meses, a filha do barão, como todo barão homem rude e importante de posses e poderes, aparecera com o que quis se acreditar ser em princípio um lumbrigueiro, mas que após uns dias constatou-se através da ajuda de uma parteira; tratar-se da barriga mais grávida que se poderia encontrar nas redondezas..
E redonda!

As coisas mudaram entre pai e filha.
A menina nasceu fêmea e só fez crescer! tornando mole o coração duro do velho barão, que procurava entre seu empregados e capatazes aquele que fizera tal desconsideração, pois haveria de matá-lo, ou na melhor das hipóteses simplesmente: capá-lo!

A rapariga, não mais moça, danada de inteligente que era, esquivou-se como e o quanto pode, até o dia em que confessou-se, dizendo ter sido o dentista o felizardo!,
mas como este seguira seu caminho sem deixar grandes esperanças e nenhuma notícia..

Se não fora um de seus, ficava melhor paras as questões da honra, pensara o barão..

Todavia, não poderia ser diferente, mandara encontrar a qualquer custo o Dr. que haveria de pagar tal audácia, sobretudo a do abandono; com a própria vida!

E assim o foi.

Encontrado com demora porém com certa facilidade o responsável, uma vez que já instalado na capital estava, os quatro capazes capatazes, voltaram com o infeliz até o município, o que significava sacolejar alguns dias no dorso de um cavalo.

Importante dizer que, no todo, uns dois ou três anos já se haviam passados, a menina crescera e tomara o formato do amor, no coração do velho, que arrefecera-se em relação a filha, chegando ao ponto de praticamente esquecê-La .

Para ele; intimamente, a neta tomara o lugar da alma da falecida esposa..Era ela! pensava ele baixinho, no cair da noite..

Desconhecedor das matérias de espiritualidade, mas doutor em matéria de saudade, e no embalo do berço repetia: era ela!, era ela reencarnada!!!

Deram um fim no doutor que fora de uma crueldade extrema, sem sequer deixá-lo a mercê da justiça o largaram nas mãos da sorte, ou melhor do azar..

Para aqueles mais sensíveis, sugiro que abandonem a leitura agora!

Por não ser tão afeito à crueldades, vou apenas resumir que os quatro capatazes seguraram o Dr. Pelos braços e pernas e bêbedos do cansaço da longa viagem; de algumas garrafas de aguardente produzidas ali mesmo no moinho, dispensando a força dos cavalos; partiram os membros do Dr. ainda vivo, destroncando-o até a morte!

O que ficou imóvel e em seu lugar foram só a cabeça, e seus trinta e dois dentes..

É claro que tudo se passou sem o conhecimento da filha, da lei e de qualquer outras pessoas que os cinco..

Mas o que se sucedeu é ainda mais estranho, pois em pouco tempo; um a um, os capatazes foram morrendo de maneira estranhíssima!

Um morrera engasgado com a própria saliva, outro atropelado por um trem de carga carregado, o terceiro levou um coice de seu cavalo que lhe afundou os órgãos genitais até a região do cócix e o último teve sua cabeça esmagada pela única cruz de Mármore de um grande jazigo de família do-no pequeno cemitério local..

Para o barão aquelas mortes simultâneas e inexplicáveis ganharam vulto de loucura..

Como se não bastasse, em um dia nada belo, a neta do barão fora encontrada prensada nas rodas do moinho, que rangia e travava com o pequeno peso daquele pequeno corpo..

Desnecessário dizer que o barão e a filha, sobretudo o barão, viveram o resto de suas vidas numa existência miserável..

Dizem que a filha corria e se escondia pelos matos enquanto o barão chorava, rangendo os dentes, ao lado do moinho..

O casarão após a morte do que sobrara da família, fora abandonado e esquecido..

Quero crer, com lágrimas nos olhos, ao ouvir tal história, tendo sido de qualquer forma e para este narrador a única explicação possível para o tal desenho que vira, que só agora o entendera:

Era a silhueta da filha do barão! e de seu cordão umbilical, atando-a à sua criança que praticamente já nascera morta..

Aquele desenho era a prova de que tal história que se contava, que meu avô me contara, era nada além de verdade, da mais pútrida verdade..