sexta-feira, 22 de julho de 2011

Loureiro, O Coveiro; Cachaceiro !

"..como ama o homem adúltero
o adultério..

E o èbrio a garrafa
tóxica de rum..

Amo o coveiro..
esse ladrão comum.."

Augusto dos Anjos..




E lá fincava Loureiro; e ficava, a pá com a qual trabalhava..

Sempre atrás das grades do portão da entrada lateral, pouco antes da casa de defunto, digo; de fundo, uma espécie de chalé de caseiro, só que de coveiro.

Sé é que me entendem..

Enfim, não sei porque, nunca sei se junto ou separado..do motivo de tal introdução..

Fato era que Loureiro se fizera coveiro, não antes, todavia não tão depois de ter começado a beber semi-profissionalmente, uma vez que profissionalmente; era coveiro..

Pois muito bem, tendo se tornado ambos, nosso amigo-herói-personagem e coveiro, tinha enormes dificuldades em atender os serviços funerários; que ao contrário do que pensam em devaneios de horror e erroneamente, a maioria..os serviços acompanham religiosamente e muito via de regramente, os serviços eclesiásticos no seu rigor e empenho em horas, normas e liturgias..

Não sendo portanto, perdoem-me os góticos literários, literais ou não; os coveriros..seres da noite..Ao contrário!

Daí o problema;

De noite festa no caixão, regada a muita cidra, pipoca e charuto de encruzilhada..

De dia, o caveirão gritava e brilhava no reflexo da reluzente-pesada-pá-espada..carcomido por fora e por dentro..

Carregado da dor que sinto..da dor que sentes..

Américo Jacobina Lacombe - Da Série poesia roubada..

Mas é de justiça..
..a probidade..

Dos Segredos
Da língua..

..Consagrada
Autoridade..

Aos professores
Aos escritores
ou simplesmente..

Às pessoas
de bom gosto
(em suas leituras)

..Desse modo,
por outro
lado,..

Meu Pipi no seu Popô..

As vezes eu sinto
As vezes eu minto
As vezes eu pinto.

As vezes Jacinto
As vezes Filinto
As vezes Olinto

As vezes fito
As vezes omito

Nisso
ou
Naquilo

Tudo
no
Quilo..

A Divisão Do Prazer..

À Ian Curtis..Rimbaud..Maiákovski..Georg Trakl..

Ficou mais ou menos
Assim:

Para cada
dois quilos
de amor
não correspondido,

lhes dou
dois litros
de suor
já constrangido.

Pelos pecados
insisto.

De viver
eu desisto.

Palavras
são pequenas
cicatrizes
que fazemos
no papel..

E que
ressoam
no coração.

Saudades
daqueles
poetas
que se
foram..

CUnselhu CUletivu..

Se lhe
disserem

Algum
dia:

Que algo
faz sentido,

Que em
algum
Deus

encontrará
abrigo.

Fuja
do
óbvio

Ou faça
dele
um escudo!

Simplesmente;

Não dê
ouvidos..

PENSE SEM PARAR!

Se um dia
dissessem:

Pare!
Eu
cairia..

Caia!
Eu
pararia..

Saia!
Eu
entraria..

Fuja!
Eu
(R)iria..

Rua!
Eu
Sairia..

1-1/2..Culpa..

Sou;

Mamá
diria:

Uma menstruação
que deu certo.

Papá
ruminaria:

Má semente!

Eu
Digo:

Sou o
Suficiente

Quoeficiente

Que
coube
em
Mim!

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Manuel; O cão fiel.

Na solidão de uma tarde que Manuel se nega lembrar, pois segundo ele fica ainda mais romântico toda vez que se lembra; e tudo que vou contar aqui me foi por este confidenciado uma vez que não teve coragem de falar abertamente deste amor cego..aconteceu o acontecido..

Em verdade Mané, como era carinhosamente chamado, não era propriamente cego, entretanto era portador de um tipo de cegueira, uma miopia das brabas, digamos, que o impedia de enxergar com precisão, mas com a qual e ainda assim, não precisava de bengala; ou óculo, todavia a bengala usava por charme..

Se considerava um romântico arrependido por autocomiseração, e não era a deselegância em pessoa; nota do autor.

Via por borrões e a vida lhe foi assim..lhe vem sendo..

Obviamente pedestre, transitava pelo trânsito caótico e mal educado desta que é nossa capital, com veemência e segurança..

Leitor voraz, assíduo do setor de braile da pública; biblioteca.

Literalmente vivia e viajava no seu mundo as escuras e na luz da literatura, que lhe abria os olhos, sem duplo sentido, e a mente; sentido literal..Fazendo-o sonhar com o além das montanhas..

Preferia os romances, talvez por ter vivido pouco o amor..e de amor é este conto, pois o que conto é o que Mané me contou..

Foi numa esquina do centro que a viu pela primeira vez, paixão ilibada e a primeira vista..

Apaixonou-se sem ousar se declarar, amou só e só ele amou..Por dias seguidos passou e repassou em frente a loja em que sua vítima de amor; trabalhava, e sonhava com aquela sombra de mulher, que na turva visão encharcada de paixão que lhe sobrara, haveria de ser uma vendedora, ou gerente pensava, pois afinal tinha bom porte e postura ereta e firme..

Um belo dia, talvez nem tão belo, havia lágrimas em seus olhos quando me contou, encheu-se de uma coragem pueril, de um ardor adolescente, se prostou diante da dita cuja, por uns bons instantes falou, falou, e nada disse, saíram uma sem fim de palavras que nem sabia de onde vinham ou para onde iriam..

Ao longe ouviu risadas, de homens e mulheres..

Havia se apaixonado por um manequim..

Triste fim para um começo de amor..

PS: Ou; Mané & A Manequim

terça-feira, 19 de julho de 2011

Afrânio, o Tradutor Simultânio..

Afrânio, o tradutor simultânio era gago, fanho, franzino e castanho..claro!

Isto posto, posso dizer que o porque, junto ou separado; do seu inconteste sucesso na carreira, por improvável que venha poder parecer aos ouvidos de outros profissionais com dicção normal, mas sem nenhum reconhecimento talento ou trabalho efetivo..era exatamente sua gagueira..

Ocorre que Afrânio era um mestre e sua "deficiência"; um diferencial, sua maestria se aninhava em haver sabiamente encontrado seu nicho-ninho.

Dividia seus conhecimentos, que não eram poucos, e atacava em dois flancos, servindo a públicos que dele prescindiam..era tradutor, simultâNEO, simultaniamente das associações de surdos-mudos, que dele nunca reclamaram, ou deram ouvidos a comentários sobre sua deficiência e pessoa, e/ou enquanto profissional, nem mesmo uma só palavra..

Era ainda na mesma linha de raciocínio; logístico-estratégico, e donde aplicava sua técnica, tradutor simultâneo; ele Afrânio, das associações de portadores de paralisia cerebral e deficiência mental..clientes fiéis, e para os quais sua gagueira era não tão somente uma característica vantajosa, mas uma bênção!

Não satisfeito, e no afã de Afrânio em dominar o mercado hiper-especializado em que se lançara em empresa, desenvolvia ainda relações profissionais, e estas eram sem sombra de dúvida, se é que sombra tem dúvida, as que mais lhe rendiam lucros e dividendos; com as forças armadas..seus melhores clientes em pontualidade, assiduidade, dedicação e atenção!!!

À Direita Nunca Volver..

DEZ D`S P/ O1 DIVINO DEUS!

Depreendermos
Diferenças e
Disciplinas.

Dependentes e
Desigualmente
Decifráveis.

Diante das
Determinações;

Definem,
Demiurgo?

terça-feira, 12 de julho de 2011

S.L.U

Sou
um
cara
prolixo

Um
camarada
pró-lixo

Queria
mesmo
é
morrer

E ser
jogado
no
lixo.