sexta-feira, 18 de outubro de 2013

A BONECA VOODOO!




Foi a muito, quando ainda éramos uma família, e íamos passar finais de semanas azuis em campos elísios..à céu coberto ou descoberto..quando tudo era ainda descoberta..

Seguíamos certos de que estávamos no caminho errado em direção- contrária- ao sítio de um tio torto, amigo reto de meu pai que dava nome a meu irmão do meio : Otávio!, de Otávio Augusto, o imperador romano...que como prova, de que todo determinismo é falho; nada tinha de tirano ou autoritário..

Era ao contrário, um Gentleman que versava em seis ou sete idiomas , sendo o russo o de sua preferência, levado pelo amor à Dostoievski que o movia; em todas as direções, que a acepção da palavra amor, possa ter ou tomar!

Com o sol já se pendurando na linha do horizonte, exausto e escaldado, entrávamos- igualmente escaldados e exaustos-, apertados em um daqueles fuscas que sempre tivemos, quase que sem ver, o que dirá; querer.. por um pórtico antigo, porém muito bem conservado..e quando nos demos conta, estávamos no pátio duma linda, antiga, perfeita e perdida , porém muito bem conservada; chácara.
Contíguo havia um paiol, um pequeno curral vazio ao fundo, um jardim e só.

Ficamos estancando nos - como uma grande veia aberta da américa latina-, no carro apertados suados, ensangüentados, amedrontados..entretanto, entretantos.. paralisados por alguns segundos , que agora me parecem uma eternidade..agora quando puxo a língua da memória e a imagem me parece congelada, como quando ficamos com gelo agarrado à língua-, com a mesma sensação de desespero...que só se ganha em tais situações incômodas.

Posso contudo lhes afirmar, afiançar e adiantar que não foi desespero tão somente por ser aquele instante o da revelação-conclusão, de que estávamos absolutamente; inequivocamente; profundamente; completamente; totalmente ; sem voltamente - ao menos naquela noite- perdidamente perdidos! ..Mas sobretudo um desespero profundo, um calafrio, daqueles que nos dá na espinha quando por instinto sentimos no ar, em nossas respirações e por orifícios que até então desconhecíamos em nós mesmos...Um nó!, que ‘nós’ atava ao desconhecido, apertou-‘nós’ a garganta...Havia algo de morbidamente estranho naquele lugar..

Abrímos todos ao mesmo tempo, as duas portas do besourinho marrom que havia nos levado voando praquela situação..apeamos e mapeamos o lugar todo, estáticos com os pés travados no chão, quase sem se mexer, num estilo Linda Blair em; O Exorcista.

Faltou-me dizer, que em verdade, não era nem meu irmão do meio ou tão pouco meu pai, que estava no leme daquela nau sem rumo, mas meu irmão mais velho: o primogênito!, e; eu!, pouco mais que um borra botas à época, e prestes a borrar, ao menos, as calças..minha afilhada, minha hoje ex- cunhada e mais dois primos de primos, -gênitos ou congênitos-..

Um frêmito cravou-se em mim como uma adaga-

Nossos pais, a esta altura todos ainda bem vivos, já deviam nos aguardar quase mortos de apreensão..vale lembrar que no período analógico da era em que este tido ocorrido ocorreu.. celulares só quem tinham eram os Edson´s da vida...Tomas Edson´s, Edson´s celularis..Eras seculares!..

Passados mais alguns segundos , a estática desfez-se do chão e em uma onda sísmica nos descolamos do chão!...tentando ‘tateando’ os primeiros passos, afetando as primeiras impressões..

Puta que o pariu!!! Bradou meu bravo-bárbaro-bardo-barbado irmão. E olha que é nossa mãe!

Nossa mãe do céu!, solfejou sôfrega minha atual ex- cunhada, num misto de hesitação e desculpa aos demais pelas palavras de seu atual ex-marido..Apesar de que não havia católicos praticantes, praticamente, ou mesmo protestantes, salvo politicamente; naquela família.

Eu mesmo vim a ser batizado somente aos treze anos- notem bem; 13 anos!..o que significa dizer que na ocasião ainda não havia ainda sido ungido pelo espírito santo.. mas ciganos-judeus que somos, já havíamos morado, e eu nascido, na amazônia, no sul maravilha, nas selvas são paulina e parisiense e em terras africanas; até então..não houve tempo de pensar nas glórias da redenção..e agora, diga-se de passagem- sem volta- era tarde pra tanto!

Eu que era o terceiro na linha de sucessão ali naquele momento, e na família, ali naquela encarnação, nada falei. E os demais estavam assustados demais, para esboçar qualquer reação..

O imóvel, que imóvel se prostrava longeava alguns metros do pátio, numa sobriedade clássica e taciturna, dando a impressão de ser mais uma casinha de caseiro de alguma propriedade muito maior que ali existira e que sumira sem deixar vestígios, a não ser por ela própria, - ao modo das civilizações que ‘desapereceram’..ao longo da história, não desta-

Fui o primeiro a rumar em direção à entrada da casa, que inexplicavelmente tinha suas portas e janelas escancaradas, penetradas pelo formato fálico que o sol desenhava no chão ao deitar-se com elas; ao atravessá-las...Entrei macho alfa-beta & gama!, que creio-propagandeio ser.. marchando pela porta altivo, impulsivo e apreensivo, numa espécie de loucura que como nas batalhas nos levam a jogarmo-nos alucinadamente sobre o inimigo, muitas das vezes apenas com nossos gritos enlouquecidos, alguma pequena lança e grandes esperanças!...Me lancei adrede e alcei a sala principal impecavelmente mobiliada, num bom gosto retrô, o que à época não me dizia muito..e quedei paralisado ao ver que meus esforços corajosos não foram por ninguém reconhecidos - não havia inimigos-, ou tão pouco moinhos de vento para combater..Abatido então eu mesmo, sentei extenuado e amuado em confortável poltrona...Meus irmãos, ex-cunhada, afilhada, primos dos primos –nojentos-, entraram em carreata, em seguida, mais com medo de ficarem lá de fora, do que exata-mente,- eu não minto-..coragem para entrar..-Lí em seus olhos.Leia neste conto..neste canto do papel..

Numa atitude de muito pouca criatividade sentaram-se também todos, em uma espécie de fila indiana, em ordem crescente, ou decrescente depende..à começar por meu irmão, o grande urso! Que não tardou em proferir sentença, para retomar as rédeas da situação que eu, em um ímpeto inexplicável, lhe arrancara das mãos havia pouco:

Onde estamos?, disse, nada genialmente devo acrescentar, uma vez que por mais idiotas que fossemos, por mais idiota que o ser humano seja, e, o é! Todos ali poderíamos, e haveríamos, -como Averróis à procura da alma- de ter isso nos perguntado...Pergunta tão óbvia, quanto haver apresuntado na ceia do natal!, ou que a gravidez de minha mãe o havia gerado..

Por essas e por outras que o peru morre na véspera, e que me tornei vegetariano-

Olhei-o alheio àquela interjeição imbecil, me levantei novamente enfurecido e decidido a encontra alguma alma, viva ou morta!, naquele lugar..Ao passar, já aos berros de: Ô de casa!?, pela mesa da sala, percebi sobre ela uma pequena boneca, mignon, mas de feitio pouco nobre, ou aristocrático, como o lugar poderia requerer, à conclusão de qualquer aluno socrático, como eu...A vi, a analisei exatamente como descrevo- salvo a questão socrática que só vim a perceber anos depois, pouco antes de haver começado a escrever este , ou de atrever-me a escrever, que é o que penso estar fazendo neste mesmo exato momento- fiquem sabendo inclusive que este só existe quando por sobre estas letras deitam seus olhos-, pois de olhos fechados ou mentes.., jamais saberiam desse história e ela permaneceria como mais um mistério, entre tantos mistérios que assombram nossas civilização e imaginação..sem voz, sem forma e sem razão.

Passei incólume até então, pela boneca, e segui em frente!, furação de medos e vontades continuei!, agora quase sussurando e quase recuando, de tanto pavor..Ô de casa! ô de casa..?

Meu irmão a esta altura atado à mim, como a atadura d`uma múmia, também perscrutava:

Tem alguém aí?! Estamos perdidos..estamos entrando..Com licença!...Tem alguém aí?!, repetia..

E nada!, nadávamos na casa vazia-

Saímos pelos fundos, enquanto o restante da tropa permanecia aquartelada e atrelada à sala..uma das crianças já apercebida da boneca, em seu colo a deitava distraída..-vi ao entrar- nada triunfante, mais pra sancho pança que pra rocinante, pela porta da frente novamente..seguido por meu irmão, fiel escudeiro, que atestava seu paradeiro, parado, sôfrego no batente da porta..

Largue já isso!, disse ele à criança que alegre e alheia jogava a boneca pro alto e se ria..Mas seria possível..Não tínhamos sequer o direito de estar aqui dentro, pensou.. Largue isso agora!!!

E o fedelho-pentelho deixou a boneca cair ao chão, donde se ouviu um fabuloso estrondo vindo de dentro da casa, como se a porta de um calabouço houvesse sido rompida após anos, ou como uma velha dama de ferro que rangia semi-apodrecida nos fundibulários de alguma sala de tortura, em algum castelo medieval..

Nesse instante, todos, afora eu e meu irmão que já estávamos- se puseram de pé num sobressalto! E penso que todos, cada um à sua maneira, sentimos um medo mortal e abissal percorrer-nos o exoesqueleto..

Peguei a boneca, e maquinalmente a pus de volta sobre a mesa..Sáimos todos d´uma só vez espremendo-nos pela porta e fechando-a, como quem se desculpa por haver nascido!

Pudemos,entremeios, apenas apercebermo-nos que uma luz se acendeu como que um relâmpago dentro da casa, e se apagou, as janelas fecharam-se num estalido e a porta reabriu..revelando-nos, uma pequena senhorinha, mignon, que nos cumprimentou com um sotaque francês carregado e lânguida como uma gata no cio..

Boa Nuite! Bien vindos..

Qui bons caminhos os trouxeram, meus chéridos?! Faz um beaucoup de tempo que ninguém pour aqui não aparece! É um grand prazer ver tantas jovens almas juntas! Entréem..fiquem à la vontade!

O estranhamento daquela situação, o apavoramento e o arvoramento de nossos pés não nos permitiu mover, ficamos em formação de defesa, cercando-nos e protegendo-nos ..

A áfrica em que havíamos morado era ex- colônia francesa..por finesse e pavor! Respondi:

Merci beaucoup, Madame!

E permanecemos sem apercebermo-nos, num sinal nítido de medo, presos uns aos outros..parados plantados no jardim da entrada da casa, da chácara que havia nos..nos..nos levado até ela..

Foi minha ex- cunhada que num momento de expiação de suas culpas empurrou à uns e puxou à outros, aceitando com uma cara benévola e apavorada, ao convite da anfitriã!

Entréem! Conversaremos mais confortáveis aqui dentro..- começara a chover-

(Curioso que começa também a chover aqui do lado de fora do conto, no canto em que escrevo estas memórias?!), como Mademosseile Villedieu, em seu..Memóires de Henriette Sylvie..

Voltávamos então à estaca zero, ao menos já temos uma estaca, só nos falta agora um crucifixo..pensei rindo nervoso..

De pronto varri com um olhar mais assustado do que astuto, toda a sala, e não sei bem o porque meu olhar parou na mesa; agora vazia!

Sentamos todos novamente em ordem crescente ou decrescente?, numa plástica hermética que agora ,de longe, me parece patética..

O Urso, saiu em defesa de suas convicções e bradiu, em um frânces ruim:

Pardon Madame! Non volontávamos invadir sua propriéte, mas como pôde voir já vinham a cair alguns pingos lá fora, a porta estava aberta, - as janelas também-, não havia porque lhe dizer isto, tão pouco sei por que estou me lembrando disto..e há as crianças..Enfin..Pardon..

Non c´est nada! Rien! Rien..Riu-se a senhora! Alegro-me vraidardeiramente em ver tanta gente tão viva! Vivo só e a muito non recebo, pessoas..sont meus convidados de honra!

Non! Disse num susto, e já em pé, meu irmão..Non precisa, somos gratos, mas temos que arrivar à casa de um tio, onde nossos familiares nos esperam!!! A propos.. agradecemos sua amável oferta, mas seria melhor para nous, se soubesse nos indicar o caminho..Se non, ficariam nossos parentes muito apreensivos caso não chegássemos, e temos ainda estas crianças, como vê..

Sim , e estas crianças nem são nossas!, emendou em coro, minha ex-cunhada, cunhando a mesma expressão grave e assustada!

Mas chove! E não há como sortir d´içi, de noite.. as estradas non sont iluminadas..Et non sei desse lugar que procuram..

Sentaram os dois vencidos, fingindo concordar e agradecer a oferta...

A senhorinha some dentro da casa, e no mesmo instante uma das crianças resurge com a boneca nas mãos..

Meu irmão então furioso de dor e medo, agora grita à criança:

Já disse!Largue essa maldita boneca!

A fedelha, desta feita, deita a boneca delicadamente numa mesa de canto, no conto, neste conto que casualmente estás lendo..

Instantes depois, que nos pareceram uma eternidade, ou a própria eternidade!, naquele -suis generis - suspenso no espaço-tempo; temerário momento..Reaparece nossa forçosa e graciosa anfitriã..carregando um rico aparelho de chá, quase maior que ela própria, de porcelana de Sévres, repleta de gulodices..

Mas qui tolice a minha, esqueci de dizer mom nom..

Podem me apelar por Catarina!, em realidade: Catherine, como devem ter percebido sou francesca, mas fui criada no Haiti, minha mãe..Digo: Francesa!..Catherine Francesca de Bargeton..enchantada!

E vous-cês?

Todos se apressaram em responder, menos eu, que trêmulo o corpo, e bem fixa a vista, não tirava o esgueio d´olho da direção da mesa de canto, do conto, e a vislumbrava: vazia!!!

Ficou nítida, límpida e inequívoca, ao menos pra mim, a situação..
Voltei-lhe atrasado, arrasado e com um olhar extenuado, respondi:

Enchantado; Guillaume!

Tomamos o chá, comemos parvos, famintos do percursso, do percalço e do medo.

Todavia contra toda as expectativas, nesta viagem não odisséica, não houve catástrofe..

Acordamos num sobressalto, atordoados, sozinhos conosco mesmos, com o sol furando as cortinas dos olhos, e as retinas das janelas -que seguiam fechadas- e com a pequena boneca novamente em cima da mesa !!!







segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Poesia de investigação- Ou- Nuvens e dificuldades passarão-

São as nuvens mesmo de algodão!?
Se não; de que será serão?!

Se são,

Quero nelas morar
(confortavelmente meu esqueleto nelas enterrar)

Daí a viagem será serão..
consequência(s)
afluência(s)

Delícias da desgraça
Virtudes da descrença

O que vier virão

Minha mítica mística ítaca
que voa à toa displicente

Abutre que se debate que se debuta que se vê puta
Abutre que se vinga que me xinga que me nutre

Ulísses uivou, num crescendo, para uma lua crescente.

Destinado a errar pela rua..

Deste lado a verdade sempre nua
sempre tua sempre crua

Sonho de dia
de noite semi-morte

Com(o) um sopro
a vida,
e as nuvens,
passarão.

Um, dos Anjos (de)caído,
de nome Augusto disse
um dia redimido:

"Ah!Um urubu pousou
na minha sorte!"

O Estado Crítico Da Poesia!

O crítico vidente julga evidente
coisas que o autor sequer- ou não quer-
desconfia-

Poderia!?

Freud que se foda.
Freud que me morda.
Freud que se explique.

O poeta, de todo, de nada;
Deveria.

O autor nem sabia que esse crítico
vivia- elipsexistia!?

Quanto mais leio teoria
menos gosto, na prática-

Da práxis que é afinal, o que escrevo; enfim.

À ninguém nada não devo.

E se chegar a ter um dia, um só leitor..
A ele somente- só minto- reservo o direito,
e o esquerdo, de pensar sobre o que escrevo.

O que bem entender, ou o que mal chegar; a compreender.

O crítico que leia o inconsciente coletivo - com (d)efeito- dos que estão mortos.
Não dos que estão vivos!

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

POE-$IA!?

Dê uma chance à Guerra!

Como dormir sossegado?

Sabedor de que o homem
é o gado...

(o homem é o lodo do impróprio homem)

Que 45 milhões vivem como refugiados
Que + de 1 bilhão nada não come...

Que o inimigo está dentro
e não ao lado-

Que o perigo mora ao largo.

Que ainda assim 'todos' dormem toscos os dias
imunes, indiferentes...calados...

Podes crer
Podes ver
Podes ser
Podes ter...

Certeza!

De que a paz
não me acalma

De que a 3ª Guerra Mundial
Será a da Alma!!!

De que o amigo
de meu inimigo
será meu amigo

Que a hipocrisia
encontra refúgio

Mas jamais - em mim-
encontrará
abrigo!

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

´Antena da Raça`!? *

Ezra
era mesmo
o leitor d´uma era!

De todos os lances
De todos os dados

-les hasard-

Traduzido por:
O Azar!

Ou até o sim; não
se tornar..

todos os transes
todas as transas
todas as fomes
todos os nomes

todas as tranças
todas as danças
todas as panças

todos os garbos
todos os rabos
todos os rasgos
todos os tragos
todos os trasgos
todos os estragos

todos os tédios
todos os remédios
todos os pequenos
todos os grandes
&
todos os médios

todos os mistérios
todos os cemitérios
todos deletérios

todos os nadas
todos os tudos
todos os estudos
todos os escudos
todos os ex-mudos

todos os túmulos
todos os cúmulos
todos os sumos

`Chaucer maior que Shakespeare!`

Mas mais erra ezra

Ao por antenas no poeta

O poeta tem é tetas!
de onde todas as bestas

sugam sua seiva
rugem sua selva
urgem sua relva
relam sua vulva

A vagina um meio ácido
O cérebro um meio flácido

Não! Ivo não viu a Uva!"

Ao poeta

A antena
serve
como luva.

HellCéU!

Arranquei afora-
a cabeça oca,

e ficou de fora
a careta louca.

suscitou a forma
de ternura pouca

O MUNDO NUNCA SERÁ
UM LUGAR MELHOR!

Ser humano
Animal menor-

Prefiro|Presinto

_morrer só_

fato estranho
fardo´entranho`

fogo-fátuo interno

Termino o poema
pra não rimar
com inferno!

InfelizCidade! *

De todas as gentes
que vem

De todas as festas
que tem

De todas as carnes moídas
que saem de todas as frestas

todas as curvas
todas as arestas

todos os caixeiros viajantes mortos
todos os homens que viraram suco

todos os produtos
e seus subprodutos

todo ódio
todo lucro

todo o tédio
todo o muco

Como um sol que se escolhe lua
ao se apagar a luz

(ao não se pagar a conta de luz)

Como bambu que se enverga
mas não se entrega
não se reduz
não se enxerga
não reluz

Como a madeira
que morre na fogueira
mas não vira cruz!

A cidade é um meio ambiente
inteiramente infeliz..

O mais caro metro CUadrado
de um lugar que nunca quis.