segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Livro-Arbítrio! Da série Micro Contos no Macro Cosmos..

Dedicado à Edgar Leuenroth, José Oiticica & Afonso Schmdit..Inspirado em Cyro e Augusto Dos Anjos..

Versiano Derelmiv vive em versos e sua vida segue como uma sequência de storyboards, como um grande cordel encantado, em quadrinhos miúdos. Vive pelo verso, vive pelo avesso, a tudo avesso. Vive pela literatura e a essa altura, ainda se considera um anarco-lírico, filho do verso livre, devoto do Livro Arbítrio!

Seu dilema é a completa falta daquilo que mais despreza, o que não deveria parecer um problema, se isso não fosse o papel..moeda! Precisa de celulose para escrever,  para comprar papel.. Pode ser só moeda, nesse caso nem precisa ser exatamente de papel.. Como o patriota precisa de um mastro, o idiota precisa de um lastro..Não se enxerga como um idiota, nem é agiota, tão pouco patriota, mas precisa, prescinde-pressinte o papel..os papéis, a(s)moeda(s).. Papel de palhaço vem perfomando, perfazendo já um total de um razoável e bom número de anos. Ânus continua com um só. Pressente que seu presente teve um pretérito imperfeito.. perigoso e terá consequente futuro desastroso..
(vive com a cabeça nos astros).

 O dilema que lhe impôs; supôs, o sistema, vai ser a razão para composição de meta poema, metido a conto...

Versiano entra ano, sai ano, entra ano novamente..e saem ainda mais alguns..se desencontra na mesma realidade, a real idade chegou; a cidade a sí, e a tí, não perdoa e não perdoou..se vê; ou sobre o guardil de uma ponte para tentar voar, ou debaixo dela..para tentar morar..Moral da história? Não há..

História conhecida..?Não!

Aqui tudo é diferente! Versiano usa da licença Poética-(a)Política e traça seu destino (a)parte como ninguém não-nunca pensou..

O que fizera para não ser mais um, menos um, já que era ao menos, menos do que um..ser humano..

Aquele idiota do Hitler propôs a solução final. Versiano amante da alta cultura de baixo orçamento, teve sua solução (a)final..

Conhecia todos os sebos e livrarias da vila em que vivia, seu sonho era viver para ler; ler de noite; ler de dia, ler seria a única coisa que seu ser queria..!? Sem papel, nem moeda, sem crédito, sem cédula, sem ser, sem querer, sem sequer..Um dia, louco de tanto ler, soterrado na situação em que se reencontrava, como Os Ratos nas bibliotecas encurralados..no sebo do Sr. Dyonelio Machado, que ficava na vila depois da vila ao lado..enjaulado na mais baixa das inumanas condições..teve uma epifania..Sacou um Houaiss e por mais..que a razão não quissesse, que seu coração repreendesse..Quebrou o crânio do velho livreiro; num ataque ligiero, deixando na capa superior e no tecido, sob o douramento, o brilho de um vivo e vermelho sangue!

Sangue e significados, sangue unificado..Palavras para descrever a miríade de pensamentos e sensações que lhe ocorreram certamente não lhe faltaram , era um homem de palavra!

 A mim elas faltam..Morfemas e hemoglobina espalharam-se pelo chão..

De calma suprema e supra humana apoderou-se. Realizara um feito e com efeito lograra êxito.
Exito em dizer, mas aparentemente, salvo eu, ninguém (a)reparou..

 Versiano fez o que no fundo e no raso, houvera sempre sonhado, ainda que sempre acordado..

Afinal ser preso significaria não mais, nunca mais, ter que trabalhar ou mendigar trabalho, ou apenas mendigar, uma vez que não há trabalho..com sua porca-parca-parva graduação em letras garantiria boa localização(beliche de cima), comida e alojamento de graça..poderia finalmente passar o resto de sua vida, ou boa parte do que  lhe restasse, pois por mal comportamento, talvez umas tentativas de fuga..sua pena aumentaria exponencialmente..e na "calma de uma cela" viver ia; viveria, com a alma renovada como um preso apolítico, raquítico, anarco-lírico que acredita só e tão somente no livro-arbitrio..

"Mineiro Doido das Origens"

O corpo é prisioneiro
A mente é livre..

Versiano Derelmiv
Teve a coragem
que nunca
Tive..

KKKAFKA..à Max Brod!

Matei uma barata
a dois dias..

Ainda se mexe.

Daí lembrei
desse peste.

Cabra valoroso,
como um tesouro!

Mas o que(m)
foi mesmo Kafka..

Uma barata,
ou
Um besouro?

Ká pra nós
morrer é fácil
viver éqé difícil
...

Contudo
Com tudo
(sem nada)

Duro é dizer!!!

Não me pergunto.
Não me pergunte.
Não te pergunto
Não se pergunte.

Nasci pra seguir
adiante...

Mas fui ficando pra
trás..

Quem lhem traz;
Quem lhe trouxe,
O que lhe apraz...

Quem; Eu?
Trouxa!!!

A que vim
A que veio
...

A vida;
Ridículo
Devaneio.


"Servir-se da sintaxe para gritar, dar ao grito uma sintaxe"...Kafka- por uma literatura menor-
(Guatari/Deleuze)

(M)ÍCARO*

O pássaro subiu
subiu subiu subiu
& resubiu..

Depois;
DesCéu..

Como uma flecha.
Num assobio...

Seu alvo
algo
era.

Seu alvo
algo
erra.

Como errar
coisa dessa?

O vazio!

Depois dessa,

Nada mais
interessa.

*nunca sonhei-desejei voar..
daqui de baixo já é suficiente a vertigem..

Anaguá!

Libélula
Né parente
de Lula;

Nem de lua...

Libélua,
Caiu na lagoa
de paraibúna.

Azazas molhadasss...
Dão conta de nada.

Que se pode dizer?

Tá n´água!

Elegia (energia) Para Luzia.

Uma Luz
veio vindo,

Noutras;
Neutras.

Luzes
Zunindo.

Mais uma luz
Resurgindo
...

Apaguei a luz.

A luz continou
Luzindo
...

C É Q ?!

Pra escrever
(c) é preciso
viver.

E (c) esperar
morrer..

Quando estou
frustrado
me
inspiro.

Quando estou
feliz
apenas
respiro.

Fé que vem do reto..

Vá de Retro São Tomás!

Da vida nada se leva.
Do inferno tudo se traz.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

FO(i) DEU(s)!

Ví dEU$ criando
o homem
e a
mulher..

Vai vendo;
Vai crendo;
Vai lendo!

Disse:

"Pra cada dez desses,
em média,
numa média
de quatro..

Parafuse um pau!

Nos outros seis
que sobrarem:

Cave um buraco!

Nos que faltaram os culhões..

(nos cada dez! costure um cu!)

Ora Bolas; Ora Peitos..

Deves um belo peitoral
desenhar!

Ao final,
algo se ganha
tudo se perde..

Afinal,
entretanto
todavia,
contudo..

Mas sobretudo!

Não se esqueçam,
de sob o couro cabeludo
abaixo dos cornos,
entre a linha dos olhos..

De meter-lhes
uma polpa cinzenta.

E de
deixar escorrer
uma alma
sem cor..

..de lhes acrescentar
algum bem
ainda que por mal.."


E o verbo se fez Carne.


PS1: A criação como um todo
        A criatura como um tolo.

PS2: A existência é desistência
        A insistência é ciência.

PS3: Nunca se esqueça:
        Sempre pode piorar.

Ave Rara !

Ave César.
Ave Maria.
Avestruz!

Enfiei minha cabeça
num buraco um dia
e quando a tirei:

Tudo!, o mundo!
Era um poema!

Poesia na madrugada.
Poesia na alvorada..

Poesia de Folhetin;
Poesia pra Dona Maria;
Poesia pro Burocrata;
Poesia pra cupin!

Poesia de vanguarda
Poesia pra puta
e pro guarda.

Poesia de noite.
Poesia de dia .
Poesia de tarde.

Poesia antes que tudo desabe!

Deu tudo errado.

Mas juro; sem juros..

Não pagarei
pelos meus pecados!

Virei o mundo
de ponta cabeça..

..e uma
cruz!

Me cortei no degredo;
lhes confio um segredo:

Ao invés de sangue,
saiu
pus..

Nasci Pelado Com o Cérebro no lugar Errado.

Deveríamos reerguer
o muro de Berlim
e plantá-lo, até o talo,
enfim;
entre os extremistas.


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Derrubar a muralha da china
e construir casas populares,
ou abrigos nucleares.


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Fundir o deserto do Saara
e transformá-lo
num palácio de cristal.


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Pegar a Rua Direita
em Ouro Preto,
e sair a Esquerda
na Golden Gate.


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Escalar o Everest
Lendo:
Cem Mil léguas SubMarinas.


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Ver longe
com a imagem
presa a retina?


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Semiótica Animal:
Mostrar a cobra
e matar o Pau!


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Produzo lixo assim
como organizo adubo.
Pelos culhões do
espaço sideral.


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Hegemonia em mim
estratfiicada
do chão não passa
a terra dada.


Cético Cismo / Estético Cinismo

Vou fincar
negra
bandeira,

no coração
dos que
a vida
amam!

Sem razão.
Sem ração.
Sem ação
Sem nação.

Vou enterrar branca
pomba,
com pompa
e circustância
de chefe de estado..

(Mesmo não estando)

..no terreno do terreiro
(interegno)
de alguma favela!

A pedra sem o reino
Sou Ariano, mas não sou Sua..

Assuma!

Não sou sua paz.

O que faço assumo..ou sumo..
ou o sumo..suprassumo..

Favo..Elá é de mel!

Falo alto!? E..é Claro!?

Farei-lhe o favor
de morrer calado.

Mas terás o desgosto
do fato,
de que morrerei
do seu
lado.

Faça-se o obséquio:

De seguir o séquito
De fazer o certo
De levantar o cetro..

Cavalo dado
não se olha
os dentes.

Parente é serpente.

Inimigo bom,
é o que está
na sua frente.

Dados jogados,
num lance..

Pente emprestado
precisa de
dente!?

Ficção é
Romance?!

A vida é transe?!

Poesia é azar
ou chance!?

O rebanho fugiu
da escola..

O gado fuma
cigarro de papel.

Mata-se
o ourives
e
rouba-se
o anel.

O rebanho
anda de carro,

e bebe
Coca Cola.

Feliz
é o crente.

Que tudo vê,
o óbvio
não enxerga
e o evidente
não entende..

Aracnídeo de Araque!

A pequena
aranha

É monstra
articulada.

Sua teia
Tece,

Sem querer
saber
de mais
nada.

Espera
preguiçosa

Alguma mosca
que em sua sopa
Caia..

Se não cair;

Não tem aplauso
tão pouco
Vaia..

Talvez tão,
e somente;
tão somente,

Com isso.

De sua
Teia
Saia..