quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

O MÉDICO E O MONSTRO..por Roberto Luís Estevão..

Desde os tempos em que o comércio de cadáveres ainda era algo normal e corriqueiro nas Ingla..Terras, vitorianas e vitoriosas, da vida..eu não vivia situação tão, ou a mais, estapafúrdia e absurd(i)a, tal a qual tive oportunidade kármica de..viver!

Depois de alguns traumas de infância devido a uma vida meio cigana meio judia, judia(da)..do suicídio do que tive como pai, de um casamento falso falido, de uns princípios de overdose e cirrose, desenvolvi alguns traços psicológicos pouco interessantes, e deveras estressantes..

Com isso e daí em diante me tornei uma espécie de rato de laboratório de psicólogos e psiquiatras que testavam, e testam como poderão atestar ao fim desse texto, que esfregarei em suas testas, querem testar?
Opa, me descontrolei e fugi do tema..

Voltando, me tornei o que acima afirmei..e desde então já fiz uso médico discriminado, uma vez que com os indiscriminados e criminalizados eu já parei a uns bons doze ou treze anos..de medicações variadas..

Já me receitaram, e eu aceitei, que me lembre e mais ou menos nessa ordem: Lexotans, Fluoxetinas, Sertralinas, Lorazepans, Valporatos de Sódio(Não não morri), Tegletóis..e umas cositas mas..que não me lembro mais, também com um currículo destes como se lembrar de alguma coisa..

O caso curioso em que me encontro é o de uma espécie de novo nível na história dos malucos, tendo evoluido, segundo minha última psiquiatra, a um nível de 'Trislexia Mental', um novo patamar da doença, alargando os cérebros e horizontes para o bem do futuro das doenças mentais..

E é nesse estágio e momento que fui encaminhado pelo meu récem adquirido psicólogo, a um clínco geral, pois dado ao meu estado e a condição de vegetariano, suspeitava-mos de alguma possível baixa de vitamina que estivesse piorando o quadro geral de paranóia delirante em que me encontro..e vivo..ou morto!?

E lá fui eu através da fundação universitária mendes pimentel, e mais uma vez na vida e na falta de um psiquiatra, procurar o único clínico geral pela instituição conservado em seus quadros..

Era uma tarde calorenta e calorosa de janeiro do ano presente, e fora meu atraso e correria que só pioravam a sensação geral de desconforto, fui finalmente; depois de uma meia hora de atraso meu e meia do médico, atendido..

Cena 1- Entra o médico no corredor e chama pelo paciente:

- Guilherme Garcia ?

-Sim senhor, aqui..olho para ele acenando com as mãos..

-Vamos pra outra sala que está mais fresquinha..

- Sim senhor, novamente..

Cena 2- Pego em sua mão e cumprimento-o assim que a porta por trás de nós se fecha..

-Você está muito novo..qual é o problema?

..e antes que conseguisse arquear minha arcada dentária e ventilar o pulmão para que alguma palavra se fizesse presente..o espetáculo começa e numa avalanche de frases feitas sobre Jesus, Positivismo, Hipnose e Cura Mediúnica, o 'Dr. Fritz', falou ininterruptamente por aproximadamente um dez minutos variando entre os temas e misturando-os invariavelmente..

Estupefato, me calei, o que em mim não é comum..achando num primeiro momento que aquilo fosse uma lição de moral cristã, pegadinha ou qualquer coisa que o valha; pros que não me conhecem tenho boa parte do corpo cobertos por tatuagens pretas de cunho e gosto duvidoso e estava com minha camiseta básica do Misfits, com uma caveirona, bermuda e chinelos, mas logo que percebi que o maluco, digo, o médico estava mais para espírita e espirituoso, dei uma primeira risada, e devoto de Krisnha que sou, entrei numas de espiritualidade com ele, daí em diante o circo pegou fogo..

Dentre as bizarrices que experienciei fui 'obrigado' a repetir pelo menos uma dúzia de vezes frases prontas sobre eu mesmo, minha beleza interna, meu poder em nome de jesus, no que segundo ele fazia questão de explicar e reiterar..eram projeções hipnóticas que teriam efeito duradouro e permanente, diferente das elocubrações mentais Freudianas daquele meu psicológo materialista dos infernos, que havia alí me enviado.

Já duvidoso de como tudo aquilo acabaria e muito apegado ao valor da consulta que havia dispendido, a incrivel soma de 42,OO reais que não podiam ser assim desperdiçadas; resolvi depois de inúmeras tentativas frustradas partir pra cima e perguntar se ele achava que e se fora Jesus existia algum remédio recomendado pro meu caso, face a tudo que lhes contei e que contei a ele também, sempre que ele deixava eu falar , é claro, o que foram poucas vezes diga-se de passagem..

No que para meu alívio e num surto de sanidade o médico prescreveu para o monstro uma bateria de exames e mais uns dois remedinhos de receituário de controle especial, pra pessoas especiais..e fomos felizes para sempre..

Cena Final-

Saio da sala-sabatina ainda meio atordoado e me achando um pouco mais são do que de costume, querendo voltar lá e receitar uns remédios muito bons que eu conhecia que poderiam ajudá-lo..com raiva de meu psicólogo que nunca falara no tal do Jesus..com medo da ciência..mas mais confiante no futuro..

3 comentários:

  1. Rapaz, a traduçaõ do nome do autor do livro, ficou genial..foda!
    Robert Louis Stevenson..Roberto Luís Estevão..hahhahahhahh!!!

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  2. ..puxa, brigadu, também ri muito e saiu como um peido gostoso deve ser, rápido e silencioso..

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  3. Ahhhhhhhhhhhhhhhahhaahhhahahhaahha, como eu queria ter visto isso!! Carajo, hilário!

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