quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Vinte e poucos Poemas Vintage..



Olá querido ouvinte-leitor dessa frenética  infrequente  indecente frequência..

Este ano acordei depois de dois dias de ressaca, e me dei conta, ou melhor; fiz as contas, de que estou ficando velho, realmente velho, apesar de que alguns otimistas, e velhos, dizerem que a vida começa aos quarenta..Enfim..Será o Fim..?

Depois que se passa dos trinta, e poucos, tudo vira Vintage em nossas insistentes existências..Eu por exemplo, ao fazer as tais contas, fui percebendo que..por, putz, digitei três vezes "por" e saiu "pro", mas eu queria dizer por..! Se bem que " pro exemplo" também serve. Eu pro exemplo, vou fazer 20 anos de vegetarianismo, tenho mais de vinte de punk rock e quase vinte cinco de skateboard!!!P>Q>P

..E também percebi que escrevo poesia há mais de vinte ânUs!!!..ainda  bem que sou da humanas e matemática não é o meu forte, sei que estou ficando velho e que apesar das aparências enganarem, estou ficando mais fraco em todos os sentidos.. venho sentindo que não sou mais o mesmo, tenho ficado mais humano, mais bonzinho..e isso me assusta!

Antes de ontem, na festa de Reveillon na casa de um casal de grandes amigos,  por um insight induzido-produzido por drogas, me dei conta do que significa.. Reveillon..Veja Bem; acompanhem  o racíoSímio: Réveiller, é acordar em francês, On, é; nós.. logo Reveillon deve significar:
Acorde-mos!!!..se não for fica sendo de 2013 em diante..

Fato é que este amigo, e amiga, é; são, um casal de músicos e pessoas do meio musical daqui de Bhz, um é o inventor de uma banda de música eletrônica, EBM, daqui que tem um nome digital..fica a dica, amigo do Arnaldo Baptista e tal..A esposa foi dona da primeira loja a trazer música alternativa de verdade pra essa roça grande, uma verdadeira caverna urbana ;) Sacou?.. depois duns birinites, gíria de velho..ele me disse que foram escolher uns poemas pra não sei o que, com não sei quem..eu já estava bem bêbado quando ele me contou isso, e que meu trabalho havia ficado em segundo lugar na votação..Perdi pro meu xará: Guilherme Mansur..o Tipoeta! Foi uma glória perder pra tão grande e importante Vate.

Daí fui perceber que já venho trabalhando, se é que isso é trabalho.. com cultura, contra cultura; como Hold do Os Contras, do meu amigo Dota, atual Consciência Suburbana..como Intérprete do Fugazi, no Bhrif, desde 94!!!..Bibliotecário do M.P.L. atual Movimento AnarcoPunk..Vendíamos, eu e o poeta Renato Negrão, o: Poesia é um Saco! em bares de Bhz..Editávamos, eu e outro "negrão" sangue bão, o Douglas, os zines FODA_SE e o UNABOMBER..Tomávamos porre com o Marcelo Dollabela e com os caras do Divergência Socialista, o amigo Oreia do Militofobia, os irmãos do Ataque Epilético..

Aff. várias produções de bandas alternativas daqui numa "Uzina", Oásis de Contra cultura que cismei, por pura burrice e falta de juízo montar com um amigo meio francês meio árabe, eu que sou meio judeu, meio cigano e completamente imbecil..tanto tempo, tanta Broaday, tanta Fábrica de macarrão..o Show do Ramones na gameleira, o primeiro do Sepultura de volta em casa, o do Atari Teenage Riot, De Falla, Nick Cave, Delinquent Habits, com direito a muita tequila com os caras, Misfits, Cólera, Brujeria, Napalm Death na casa de shows do Tony Rey!!!.. o Primeiro do Racionais, os Primeiros Do Movimento Punk Libertário, no antigo DCE da Ufmg, hoje Cine Belas Artes, noites intermináveis no agora novamente inn, maleta..

Os shows de H>C no Tirol, os de RAP no Vale do Jatobá..Street Skate por toda a cidade..acordando de ressaca no Santê.. e indo dormir bêbado em Contagem, depois duma session no chafariz!Muita porrada de polícia, nessa época não havia politicamente correto, e apanhávamos do coreto da "praça sem liberdade" até a Afonso Arinos..Liberdade é passar a mão na bunda do guarda..

Sem saudosismo por que isso é coisa de velho..

Aí me vem uns hippies-hipsters, skatistas de nike no pé..com papinho de ocupar a cidade..bla blá bla´..Geração de meninos(as) de apartamento..de facebook, de video game..que pensam que fazer um movimento flash móbico é mobilização política e que frequentar o centro é ser underground..

Se liga..A revolução foi televisionada!!! 2013 Vezes Foda-se Pra Vcs!!!


PS: Isso tudo escrevi como desculpa pra fazer essa seleção de poemas escritos há uns vinte anos ou mais, e que ainda me parecem atuais..Apreciem sem moderação ou odeiem com veemência..



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FILHOS DO EXÍLIO



Sou o fato
O fruto
O filho
Do fato

Da existência
De um exílio
Interno

Uma dor que queima
E arde

Como o fogo
Das profundezas
Do inferno

Eu me enterro
E retorno
Naquele
Terreiro
Em pleno
Mês de janeiro

Todo vivo
Todo fudido
Todo inteiro!



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À vocês que lêem
O meu poema

Não creiam
Que ele tem
Tema

Não pensem
Que é
Dilema

Trema

Diante desses
Versos adversos

Desconexos

Sem nexo
Nem plexo
Sem sexo

Não tem tema
Nem dilema
E nem
Poema.




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A minha morte
Será um obra
De arte

Um caso
A parte

Como a morte
De um mártir

Mais um idiota
Que parte

Será
Como o primeiro
Vôo
Tripulado
a
Marte.




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U.F.ONANISMO




Abdução
Seguida
De estupro

A incisão
Na medula
De um alienígena

Provou que o
Homossexualismo
Veio do espaço

Na Grécia antiga
Os pederastas
Transavam
No sangue dos 
Mortos




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Quando se faz o que gosta

Come-se
Até bosta

Eu como
Merda
Com
Arte

Pois viver;

Viver
Faz
Parte!





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Eu sou o autor intelectual de um crime


Um crime que nunca cometi

Um crime que sequer vi

Um crime que não vivi


O crime de ser o que sou

De não saber
 de onde vim


ou pra onde vou .  




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Sem sombra de dúvida
Me perguntei

Se sombra tem dúvida?

Porque quem vive na sombra

Imagino

Que não se assombra.

Por que sem sombra de dúvida,
Quem vive na sombra
Mesmo que da dúvida

Não tem porque

Se preoucupar




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Eu não espero o amor
sentado

Eu espero o amor
Amado

Ausência e paciência

São duas senhoras

Que moram

Na casa
Ao lado.




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Tirant lo blanc



Eu tenho um ponto na vista
Eu tenho um ponto de vista

E tenho uma cantiga que cura

Eu tenho a cura

Eu moro numa rua escura
Eu tenho uma fala dura

E tenho a cura

Eu tomo vinho no café
E já não duvido da fé

Eu digo e contradigo
A vida

E com isso aprendo

Que a minha vida não vale mais
Que a do meu inimigo.





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Um rouxinol cantou
Em sua língua
De prata

E aos olhos
Da mulata

Parecia outono

E o contorno
Dos olhos
Da mulata

Nos lembravam
Adornos

Em torno
de sua
língua
de lata.





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(perseguindo)



eu e meu
umbigo

mi comigo
te contigo
si consigo

dizer o que
digo

Ter o que
Tigo

Ver o que
 Vigo

Ser o que
Sigo



(perseguindo).





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POEMA SOBRE O NADA
NA BEIRA DA ESTRADA



         Sou um escritor
   De respeito!

Ontem
Mesmo

Tirei a camisa
E desci de peito


Rolando no asfalto
E gritando
Bem alto:

Sou um escritor
De respeito!

O meu sangue?

O meu sangue
Eu carrego
No peito.





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AO VERES OS CADÁVERES



Ao veres
Os cadáveres

Cada um dos
Seres

Viu que ao
Veres


Os
Cadáveres


Cada um  dos
Seres


É cada
Ao veres.





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POEMA CHATO







A+b=c



C+d=e

E+f=g

G+h=i

I+j=k

K+l=m

M+n=o

O+p=q

Q+r=s

S+t=u

U+v=x

                            X+y=Z!Z!Z!Z!Z!Z!Z!Z!Z!

  




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TIPOGRAFIA 1


Adoro ver o papel
Impresso


Ver o negrito
Expresso

Os riscos que as palavras
Imprimem no papel

O tom sublime
E escuro

Das palavras
Que falam
Do futuro

Mesmo um simples
Título

Uma palavra apenas
Jogada na folha
não mais em branco

só uminha destas
já é capaz
de me
fazer
sentir
em
festa.




TIPOGRAFIA 2



A ordem da palavra
Impressa
Me é esta:

Escreva
Escreva
Escreva

Escreva
Até que lhe
Sangre a
Testa

E escrever

É  tudo
Que me
Resta.




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FITNESS



Escrever é um exercício
Da minha desgraça

Enquanto uns levantam
Haltéres

Eu fundo
Meus
Ampéres.





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UM TREKKING COM CARLOS DRUMMOND




Eu não tenho meios
E quando não tenho meios

Fico sem centro

E sem centro

Não consigo
Ver por dentro

No meio do caminho
Tinha uma pedreira

E no meio
Da pedreira

Dois 
Caminhos.





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“AVANT LA LETTRE”




São imagens díspares
e deletérias

essas que compõem
o meu comportamento

biônico

histriônico

 tristonho

o ar da graça
de sua presença

tornou-se desgraça
na sua ausência.





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Quando eu morrer
Minha obra
Talvez seja publicada

Só que já estarei
Morto

E aí

Não adiantará
Não adiantará
Mais nada.




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ABAIXA AQUI


Hoje eu decidi

                                      De agora em diante


                                      Não estou mais aqui


Parti
Pari

E nasceu um novo homem

                                        Um homem novo


O velho eu enterrei

Enterrei
Logo ali

3O rua a direita

em baixo de um pé
de abacaxi.




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MARIA TEREZA


Se tristeza tivesse
Tristezas teria

Se tristeza houvesse
Chamava Maria

Se tristezas houvessem
Tereza teria
Tereza Maria

Se tristeza houvesse
Maria teria tristeza
Tristeza teria Tereza
Tristeza teria Maria.




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OTIMISMO



Felicidade não é
Desse mundo

Tristeza

Ô coisa boa

Felicidade

Dê-me
Um pouquinho
a tôa.





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A palavra
Vê assim

A poesia enfileirada

Tal qual
O lume
E vil

Metal da espada.





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Um grande espasmo branco
Me vem do fundo da sala

E eu deitado
Debaixo da mesa

Quisera ver

O fundo da alma.





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O POEMA QUE NINGUÉM OUSOU PERGUNTAR




No começo parecia
Mais um poema

Com papel
Lápis
E tudo

Depois
O poema
Ficou
Mudo

Depois
Mudou
Tudo

Agora era só
Um algo perdido
Num cemitério
Metido num
Terno amarelo

Coberto  por uma poeira
Que nunca mais
Sairía.





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Quem sou
O que
Desapareço
Ser?


Se não
Sou
O que aparento
Ter?


E não estou
Onde deveria
Estar.

E não vou
De onde
Não sei
Se vim?




 
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RE/VERSO


Escrevo por estranhamento
Aquilo que sobres/sai
É o que fica!






OS/REVER



Acif! euq o é
Ias/serbos euq oliuqa
Otnemahnartse rop overcse





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ENCRUZILHADA
( O REVERSO DO VERSO)





                                            S                s
S o u o e n t r e o e n t r e
                                            u                u
                                            o                o
                                            e                e
                                            n                n
                                            t                 t
                                            r                 r
                                            e                e
                                   s o u o e n t  r e o e n t r e
                                            e                e
                                            n                n
                                            t                 t
                                            r                 r
                                            e                e
s o u o e n t r e o e n t r e
            e
            n
            t
            r
            e







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Chuva                      
                                                         Chuva

Chuva

      

                   Chuva

                                                               Chuva
                                                                                                Chuva


Chuva                              

                                               Chuva                   Chuva


           Chuva                           
                                                     Chuva


                                                                                                                                       
                                                                                                    CHUVA
Chuva                                                                 A                                                   
                                                               Chuva
                                                               Caí
                                                               Aleatóri(à)mente
                                                               Como nos pingos
                                                               Dos is
                                                               De um poema .         




         CHUVA                                                                                              CHUVA


















































                                                

4 comentários:

  1. ..poxa sempre faltarão acontecimentos, pessoas e lugares pra mencionar, já me lembraram de cara, é claro, das noites do Pop Pastel, que deveria chamar Metal Pastel..a geral do Sarcófago até O pessoal do Insolentes, passando pelo Natalício da Galeria do Rap..Cultura de Rua Pura e pra todos os gostos..pq Tribo é coisa de ìndio..nada contra nossos irmãos nativos, tudo contra rótulos de alternativos!!!

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  2. ..e vale dizer aos leitores críticos, que; sim, eu vou ainda escrever uma crôncia anacrônica onde aprofundarei e detalharei estas épocas do real underground e das heavy´s night´s daqui de bhz..sem saudosismos pq isso é coisa de orfãos da broaday..ou seja; velhos!!!O espírito outsider não morre..por isso não precisa de saudade, nem de festinhas pra fingir que ainda o tem..Enfim..cada um com seus pobRemas, né?!

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    1. ..Digo: CrôNica!

      Nada pessoal, hein pessoal..?!
      Divirtam-se..!!!

      Só não me venham pagar de 'alternativo', de carrão do ano, conjuntinho adidas e I-phone..Ok..!? ;)

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